Alta demanda e importação liberada pela Petrobras devem deixar combustíveis mais caros em MS
Após especulações sobre possível risco de desabastecimento de combustíveis no país, o Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul) esclareceu que não há risco de faltar gasolina, diesel ou etanol no Estado. Porém, a alta demanda deve fazer o preço subir nos postos.
A ANP (Agência Nacional do Petróleo) também afastou risco de desabastecimento. “Não há indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis, nesse momento. A ANP segue realizando o monitoramento da cadeia de abastecimento e adotará, caso necessário, as providências cabíveis para mitigar desvios e reduzir riscos”, afirmou o órgão regulador.
Para dar conta da demanda do mercado interno para novembro, que teve alta de 20% nos pedidos para diesel e 10% para gasolina, a Petrobras permitiu que as distribuidoras façam importação de combustíveis — antes feita pela própria estatal.
O problema é que o preço dos combustíveis está cerca de 17% mais caro no mercado internacional. “A consequência desse suprimento, entretanto, será o efeito nos preços dos combustíveis, uma vez que, segundo os importadores, os produtos no exterior estão em torno de 17% acima dos produtos locais”, afirmou a Brasilcom (Associação das Distribuidoras de Combustíveis).
O diretor técnico do Sinpetro-MS, Edson Lazarotto, explicou ao Jornal Midiamax que não é possível precisar o quanto o preço vai subir para o consumidor. “Vai depender de cada negociação”, resumiu.
Como vai funcionar agora?
Conforme nota da Petrobras, houve uma explosão de demanda de gasolina e óleo diesel — nos meses de outubro e novembro — e suas refinarias não estão preparadas para atender esse crescimento.
Segundo a Petrobras, os pedidos extras solicitados para novembro vieram 20% acima da sua capacidade de suprimento no caso do diesel e 10% acima em relação à gasolina, uma demanda “atípica” tanto em termos de volume como no prazo para fornecimento. “Além disso, não houve, do ponto de vista do mercado, qualquer fato que justificasse esse acréscimo de demanda”, afirmou a empresa.
Então, a saída encontrada pela estatal foi liberar a importação para as distribuidoras. Uma parcela da demanda interna sempre foi coberta com produtos trazidos de outros países. Com o petróleo e os seus derivados em alta, esse custo estava sendo absorvido pela estatal. Ao deixar a importação para as distribuidoras, a Petrobras se desfaz desse custo.
“Atualmente, há dezenas de empresas cadastradas na ANP aptas para importação de combustíveis. Portanto, essa demanda adicional pode ser absorvida pelos demais agentes do mercado brasileiro”, conclui a Petrobras, em nota.