COVID-19: Campo Grande é a capital com maior taxa de ocupação em UTIs

Campo Grande é a capital com a maior taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil, segundo levantamento do Observatório da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O compilado de dados da Fiocruz foi divulgado nessa terça-feira (9) e apontava que Campo Grande tinha 106% da UTIs para Covid-19 ocupadas.

Nesta quarta-feira (10), a taxa de ocupação das UTIs destinadas a pacientes com Covid-19 está em 109% em Campo Grande, segundo dados do sistema “Mais Saúde”, plataforma do governo do estado que mostra a situação nos hospitais. O número da taxa de ocupação passa de 100%, pois hospitais estão utilizando leitos clínicos que não são habilitados para UTIs.

O pesquisador responsável pelos compilados de dados e sanitarista da Fiocruz, Chirstovam Barcellos, disse que “diante do cenário que Mato Grosso do Sul, e em específico de Campo Grande, estão enfrentando, pessoas poderão morrer dentro de casa”.

“Nós não nos preocupamos apenas com o número de óbitos, mas sim com um série de indicadores, eles mostram uma ideia geral do que está acontecendo em cada estado do Brasil. Infelizmente, em Mato Grosso do Sul nós vemos o aumento de todos os indicadores”, destacou o sanitarista.

Além da superlotação, Mato Grosso do Sul teve a pior porcentagem de isolamento social entre os outros 25 estados brasileiros e o Distrito Federal, segundo levantamento. O estado registrou 30,66% da população em isolamento domiciliar.

O pesquisador da Fiocruz, Christovam Barcellos, explicou que as curvas de contágio em Mato Grosso do Sul são diferentes, “na maioria das vezes sendo o último estado a apresentar uma maior ascendência”. Diante da análise, o sanitarista apontou a sobrecarga no sistema de saúde.

“Se continuarmos com a produção de novos casos, nós vemos a superlotação dos hospitais. Infelizmente, vamos ver uma situação muito triste. Nós vemos as pessoas fazendo festas e aglomerações, nós vamos ter um quadro muito triste, os hospitais não conseguem mais internar as pessoas”, destacou Christovam Barcellos.

O sanitarista afirmou que “tempo não faltou para o preparo de ações que coibissem ou para impedir o colapso no sistema de saúde em Mato Grosso do Sul”.

“O poder público teve um ano para se preparar para diversas situações. É muito difícil ver pessoas que negam as medidas básicas para coibir o avanço do vírus”. O médico destacou que as formas de prevenção devem ser “divulgadas e reafirmadas a todo momento”.

Diante dos dados e da análise, o sanitarista afirmou que muitas pessoas em Mato Grosso do Sul não conseguiram ter acesso ao tratamento adequado contra a Covid-19.

“O número de óbitos, internações, casos positivos e outros indicadores estão crescendo no estado. Estamos em um quadro de desassistência”, finalizou o médico.

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