Especialistas contam o que é mito e o que é verdade sobre a varíola dos macacos

varíola dos macacos não é uma doença nova. Foi descoberta pela primeira vez em um macaco em 1958, o que levou à origem do nome. No entanto, a primeira infecção em um ser humano foi descoberta em 1970 em uma criança na República Democrática do Congo, no continente africano.

O vírus Monkeypox causa uma doença com sintomas semelhantes à varíola comum, mas menos graves. A varíola foi erradicada em 1980, mas a varíola dos macacos infecta pessoas em todos os continentes. De acordo com levantamento realizado pela CNN, ao menos 64 países confirmaram casos da doença (veja o mapa abaixo).

Diante da circulação de uma doença incomum, surgem dúvidas como os principais sintomas, formas de transmissão, riscos para a saúde, disponibilidade de vacinas e maneiras de prevenir o contágio.

Abaixo, reunimos mitos e verdades que ajudam a esclarecer as principais características da varíola dos macacos.

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Especialistas contam o que é mito e o que é verdade sobre a varíola dos macacos

Conheça os principais sintomas, formas de transmissão, riscos para a saúde e maneiras de prevenir o contágioLesões na pele semelhantes a espinhas, que evoluem para bolhas são um dos principais sintomas da doençaLesões na pele semelhantes a espinhas, que evoluem para bolhas são um dos principais sintomas da doençaKateryna Kon/Science Photo Library/Getty Images

Lucas Rochada CNN

em São Paulo29/07/2022 às 04:00Compartilhe:

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varíola dos macacos não é uma doença nova. Foi descoberta pela primeira vez em um macaco em 1958, o que levou à origem do nome. No entanto, a primeira infecção em um ser humano foi descoberta em 1970 em uma criança na República Democrática do Congo, no continente africano.

O vírus Monkeypox causa uma doença com sintomas semelhantes à varíola comum, mas menos graves. A varíola foi erradicada em 1980, mas a varíola dos macacos infecta pessoas em todos os continentes. De acordo com levantamento realizado pela CNN, ao menos 64 países confirmaram casos da doença (veja o mapa abaixo).

Diante da circulação de uma doença incomum, surgem dúvidas como os principais sintomas, formas de transmissão, riscos para a saúde, disponibilidade de vacinas e maneiras de prevenir o contágio.

Abaixo, reunimos mitos e verdades que ajudam a esclarecer as principais características da varíola dos macacos.

É mito que a varíola dos macacos seja transmitida da mesma forma que a Covid-19

A principal forma de transmissão da varíola dos macacos é por meio do contato próximo com lesões na pele, secreções respiratórias ou por objetos pessoais contaminados, como roupas de cama e de banho.

No caso da Covid-19, a transmissão acontece de maneira mais fácil. As evidências atuais sugerem que o SARS-CoV-2, da mesma forma que outros vírus respiratórios, é transmitido principalmente por três modos: contato, gotículas ou por aerossol.

De acordo com a OMS, a transmissão da varíola por partículas respiratórias por gotículas geralmente requer contato pessoal prolongado, o que coloca em maior risco os profissionais de saúde, membros da família e outros contatos próximos de pessoas infectadas.

A transmissão também pode ocorrer através da placenta da mãe para o feto (o que pode levar à varíola congênita) ou durante o contato próximo no momento e após o nascimento.

É mito que a doença afeta apenas gays e bissexuais

vírus da varíola dos macacos pode afetar qualquer pessoa, de qualquer orientação sexual, independentemente das práticas e dos hábitos sexuais.

A OMS afirma que a maioria dos casos notificados até agora foi identificada por meio de serviços de saúde sexual ou de unidades de saúde primária ou secundária, envolvendo principalmente, mas não exclusivamente, homens que fazem sexo com homens.

A terminologia “homens que fazem sexo com homens”, também chamada HSH, é uma classificação técnica adotada na área da saúde que inclui homossexuais, bissexuais e pessoas que não se identificam com alguma dessas orientações.

“Embora 98% dos casos até agora estejam entre homens que fazem sexo com homens, qualquer pessoa exposta pode pegar a varíola dos macacos, razão pela qual a OMS recomenda que os países tomem medidas para reduzir o risco de transmissão a outros grupos vulneráveis, incluindo crianças, gestantes e aqueles que são imunossuprimidos”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, à imprensa.

Entre as hipóteses discutidas pela comunidade científica para explicar a prevalência atual do surto entre essa população está a possibilidade de o vírus ter entrado em circulação em redes sexuais interconectadas na comunidade HSH.

“Com base nos relatos de casos até o momento, esse surto está sendo transmitido por meio de redes sociais conectadas principalmente por meio de atividade sexual, envolvendo principalmente homens que fazem sexo com homens. Muitos – mas não todos os casos – relatam parceiros sexuais casuais ou múltiplos, às vezes associados a grandes eventos ou festas”, disse Hans Henri P. Kluge, diretor regional da OMS para a Europa.

É mito que os macacos transmitam a doença no surto atual

A varíola dos macacos é uma doença viral transmitida aos seres humanos a partir de animais, considerada uma zoonose.

O nome da doença tem origem na descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. No entanto, o reservatório animal atual permanece desconhecido, embora seja provável que esteja entre os roedores, de acordo com a OMS.

Os macacos não estão associados ao surto atual que atinge múltiplos países.

É mito que todas as pessoas devem ser vacinadas contra a varíola neste momento

A OMS recomenda a vacinação contra a varíola para grupos prioritários, incluindo profissionais de saúde em risco, equipes de laboratório que atuam com ortopoxvírus, especialistas em análises clínicas que realizam diagnóstico para a doença, pessoas que tiveram contato com casos confirmados, além daqueles com múltiplos parceiros sexuais.

As recomendações foram publicadas em um guia a partir da consultoria do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos (SAGE, na sigla em inglês). No documento, a OMS enfatiza que a vacinação em massa não é necessária nem recomendada para varíola no momento.

Para pessoas que tiveram contato com casos confirmados da doença, a OMS recomenda a vacinação, como profilaxia pós-exposição (PEP), com uma vacina de segunda ou terceira geração. A vacina deve ser aplicada preferencialmente dentro de quatro dias após a primeira exposição para prevenir o início da doença.

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