Homem casado que matou grávida para não assumir bebê diz que deu mata-leão na vítima enquanto estavam de ‘conchinha’
Gabriel Henrique Santos Souza Masioli, o técnico de informática suspeito de ter matado uma grávida para não assumir a paternidade, revelou em depoimento que imobilizou Antonieli Nunes Martins com um golpe de mata-leão, enquanto eles estavam deitados de ‘conchinha’ na cama.
O depoimento a qual o g1 teve acesso neste fim de semana foi prestado na delegacia de Pimenta Bueno (RO), cidade com 36 mil habitantes e localizada a 520 quilômetros de Porto Velho.
No auto de qualificação e interrogatório feito na sexta-feira (4), Gabriel, de 28 anos, contou ao delegado que é casado, mas há 10 meses mantinha um relacionamento extraconjugal com Antonieli, sua também colega de trabalho. “Algumas pessoas da empresa sabiam do nosso caso”, relatou.
Ainda segundo o suspeito, que é filho de um pastor evangélico, na última terça (1°) a vítima pediu para conversar com ele de forma urgente e não poderia ser por chamada de vídeo. Após o fim do expediente deste dia, Gabriel conta que Antonieli o buscou e eles foram até uma casa — alugada para eles se encontrarem escondidos.
Foi nesse encontro que Gabriel afirma ter descoberto a gravidez de Antonieli. “Ela pegou uma caixinha no guarda-roupas e dentro havia uma roupa de bebê e um teste de gravidez com resultado positivo”.
Ainda segundo o suspeito, ele não tinha dúvidas que o bebê era seu e em certo momento da conversa com Antonieli, a vítima afirmou que iria ficar com a criança e não iria esconder a paternidade.
Gabriel afirma que na terça-feira eles ainda dormiram juntos, pois ficaram ‘de boa’. Um dia depois, já na quarta-feira (2), o suspeito pediu para se encontrar de novo com a vítima, após sair do expediente na empresa. Eles foram para a casa alugada e então, segundo ele, Antonieli perguntou se ele iria assumir a criança.
O depoente disse ainda que estava em choque e pediu um prazo até sexta-feira (4) para contar a sua esposa e familiares sobre o relacionamento extraconjugal e a gravidez.
Segundo Gabriel, ele e Antonieli ficaram deitados de ‘conchinha’ na cama após essa conversa e foi aí que teria tido uma crise [de ansiedade] e começou matar a vítima.
“Ela estava deitada no meu braço esquerdo, de costas pra mim, quando do nada dei um mata-leão, imobilizando-a também com as pernas. Ela se debateu e lutou contra a própria morte”, relatou o suspeito.
Gabriel afirma que só parou o mata-leão quando não sentia mais o próprio braço, “de tanto que havia apertado o pescoço” de Antonieli.
Após a vítima ficar desacordada na cama, o suspeito narra que sentou no chão e chorou. Segundo ele, nesse momento percebeu que Antonieli estava viva e ‘desesperado’, foi até a cozinha da casa e pegou uma faca grande e a enfiou no pescoço da vítima.
Ao delegado, o técnico de informática ainda disse que logo depois pegou a faca, o celular, a caixinha com teste de gravidez de Antonieli e jogou tudo no rio que passa dentro da cidade.
O corpo de Antonieli foi encontrado na última quinta-feira (3), após os parentes irem na casa dela para verificar o que estava acontecendo, pois a mulher não apareceu para trabalhar e nem respondia mais as mensagens de celular.
Ao entrarem na casa, que estava com a porta destrancada, os parentes se depararam com a mulher morta em cima da cama.
De acordo com o Ministério Público (MP), Gabriel Henrique Santos Souza Masioli, de 28 anos, compareceu à delegacia e no primeiro momento, não ficou preso porque já havia passado o período de flagrante. No entanto, na sexta-feira (4), ao ser informado da prisão decretada pela Justiça de Pimenta Bueno, se apresentou a polícia e se encontra preso. O g1 tenta localizar a defesa do suspeito.
Fonte G1.