Grávidas que tomaram AstraZeneca deverão receber 2ª dose de outra fabricante, define Ministério de Saúde

O Ministério da Saúde definiu nesta segunda-feira (26) que as grávidas e puérperas que tomaram a primeira dose de AstraZeneca que aguardavam pela dose reforço, deverão ser imunizadas com vacina de outro fabricante. A preferência é que as gestantes recebam imunizante da Pfizer, de preferência, ou CoronaVac. Em Mato Grosso do Sul, 3.637 gestantes e puérperas tomaram a primeira dose da fabricante britânica e MS poderá dar andamento na imunização deste público.

A decisão foi anunciada por Rosana Leite de Melo, Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, durante coletiva de imprensa. A secretária disse que a preferência é que as grávidas tomem a Pfizer e o prazo continua o mesmo: 90 dias depois da primeira aplicação.

Em maio, após a morte de uma gestante que tomou a AstraZeneca, o Ministério da Saúde interrompeu a aplicação dessa vacina nas grávidas e puérperas, que passaram a receber doses de outros fabricantes após recomendação da Anvisa. No entando, naquela ocasião, quem já tinha recebido a primeira dose continuou sendo vacinada com a AstraZeneca no momento da segunda dose.

Como os estudos sobre intercambialidade usaram a Pfizer, essa foi a vacina escolhida pelo Ministério da Saúde, em vez da Coronavac, sobre a qual ainda não há dados, embora haja estudos em andamento. Apenas na falta da Pfizer é que a Coronavac deverá ser aplicada. As pessoas imunizadas com vacinas diferentes deverão ser informadas sobre a limitação de dados e da relação entre risco e benefício.

O estado de São Paulo determinou na última quarta-feira (21), que grávidas e puérperas que receberam a primeira dose da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 recebam a segunda dose do imunizante da Pfizer. Anteriormente, a determinação governo do estado para os municípios era de seguir orientação do Ministério da Saúde para que grávidas e puérperas completassem o esquema vacinal 45 dias após o parto.

Em junho, a Prefeitura do Rio de Janeiro foi a primeira capital brasileira a adotar a combinação de imunizantes para completar o esquema vacinal das grávidas e puérperas que tomaram a vacina da AstraZeneca na primeira dose.

Fabricantes suspensas para grávidas Além da AstraZeneca, a Anvisa recomendou, no dia 2 de julho, que grávidas não tomem dose da Janssen devido às reações adversas. A fórmula do imunizante foi adicionada à lista de restrições. Em Mato Grosso do Sul, apenas quatro gestantes receberam dose do imunizante. Conforme dados do vacinômetro da SES (Secretaria Estadual de Saúde), três grávidas em Campo Grande e uma em Fátima do Sul receberam a dose única da Janssen.

A suspensão foi feita para evitar casos de trombose e formação de coágulos sanguíneos, efeitos adversos considerados muito raros após a vacinação com fórmulas com vetor adenoviral.

O órgão pede ainda que seja criado um sistema para identificar casos suspeitos da reação. Os sintomas mais comuns são falta de ar, dor no peito, inchaço ou dor nas pernas, dor abdominal persistente, dor de cabeça grave e persistente, visão turva, confusão, convulsões, manchas vermelhas no corpo, hematomas ou outras manifestações no local da injeção. Pacientes que apresentarem os sintomas devem procurar serviço médico.

No novo comunicado, a agência lembra a importância da vacinação e que os imunizantes citados são seguros e devem ser aplicados na população em geral. “A Anvisa reforça a relação benefício-risco favorável das vacinas contra Covid-19 autorizadas para uso no país, sendo essencial a continuidade da imunização da população”, diz o documento.

As gestantes estão no grupo de prioridades para a vacina contra a Covid-19 desde abril. Segundo a Fiocruz, a taxa de letalidade entre as grávidas é de 7,2% – na população geral, o índice é de 2,8%. Até o final de junho, 1.156 gestantes faleceram em consequência da infecção.

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