Professora de Rio Verde acha R$ 4 mil em envelope e devolve dinheiro de ex-aluna: ‘Meu anjo da guarda’

Shirley Rocha da Silva viveu momentos de tensão na terça-feira (1). Pela manhã, ela resolveu passar no banco antes de trabalhar em Rio Verde (MS). Sacou R$ 4mil para o irmão, mas se confundiu ao pegar envelopes disponíveis na agência: em vez de devolver papéis vazios, colocou no lugar justamente o que estava com o dinheiro do irmão.

“Eu peguei o dinheiro e coloquei em um envelope. Fui pegar mais dois envelopes para separar o dinheiro do meu irmão. Invés de eu colocar o envelope que sobrou, coloquei o envelope do dinheiro. Ai eu fui embora, trabalhei e nem me toquei que tinha deixado o dinheiro para trás”, detalhou Shirley.

O que a mulher não sabia era que sua ex-professora Rosilene Salazar Fassina acharia o dinheiro e, com um ato de honestidade, devolveria o montante à dona. A profissional da educação também não soube, de princípio, que o dinheiro era de uma das ex-alunas dela.

Como Shirley relembra, naquela manhã saiu do banco e foi ao trabalho sem ter noção de que o dinheiro ficou para trás. Horas depois, ela percebeu o engano. “Me desesperei e liguei para o banco, pedi as imagens da câmera, aí perguntaram o que tinha acontecido”.

Antes dela ver a troca, Rosilene, às 8h daquele dia, já tinha pegado o montante e entregado ao segurança da agência para que eles providenciassem o retorno do envelope à dona, até então desconhecida.

“Estava só eu e o guarda no agência, fui até ele e pedi para puxarem nas câmeras. Eu deixei o dinheiro lá, sabia que a pessoa que tinha perdido iria voltar para procurar”, contou Rosilene.

No momento em que Shirley ligou para o banco, a gerente já anunciou que alguém tinha encontrado e que este alguém era Rosilene, sua ex-professora. “A dona do dinheiro é minha ex-aluna, ela ligou até no banco e pediu para puxar imagens das câmeras de segurança. Ela tinha perdido o dinheiro, a gerente disse que não precisava das imagens”, disse a professora.

“Como a cidade é pequena e todos se conhecem, a mulher do banco falou para eu ficar tranquila, que a Rosilene tinha achado o dinheiro e entregado para alguém na agência”, falou Shirley.

“A Rosi não sabia que era eu que tinha perdido o dinheiro. Fui ao banco depois do trabalho, peguei o dinheiro e fui direto na casa da Rosi, agradeci ela muito. Sabe, acho, não tenho certeza, ela é meu anjo da guarda”, sorrindo muito, contou Shirley.

Rosilene conta que a intenção dela, desde que viu o dinheiro, era de devolver. “Eu aprendi que nada que a gente encontra na rua é da gente. Se a pessoa perdeu algo, não é meu. Devo encontrar a pessoa e ajudar. Então, desde pequeno meus pais me ensinaram que o que é meu, e o que é dos outros é dos outros”.

“Praticar a honestidade vai além, temos que ensinar as pessoas. Se você pegar um troco errado que não é seu, viu que está errado, volta e entrega, isso pode fazer falta. A honestidade em qualquer circunstâncias em primeiro lugar. Isso eu tento passar para os meus dois filhos”, finalizou Rosilene.

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