General Pazuello pede para deixar Ministério da Saúde
Como já era esperado em Brasília, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pediu para deixar a pasta. Pazuello teria alegado, neste domingo, problemas de saúde para sair de maneira “honrosa”. A demissão do general era considerada uma questão de dias por interlocutores próximos ao Palácio do Planalto. A troca no comando do ministério é prevista para essa semana.
As conversas sobre a substituição do ministro Eduardo Pazuello evoluíram nos últimos dias em boa parte em função da volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à cena política. Lula proferiu um discurso na última quarta, 10, logo após ter suas condenações no âmbito da Lava-Jato anuladas pelo STF, em que criticou fortemente a condução do governo na crise da Covid-19.
“É o efeito Lula”, diz o analista político André Cesar, da Hold Assessoria Legislativa, com escritórios em Brasília e São Paulo. “Agora, o jogo mudou e o governo está atento às possíveis vulnerabilidades”. Deputados do Centrão vêm tentanto emplacar nomes que podem substituir o general Pazuello. O deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Júnior (PP-RJ), amigo pessoal de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, faria parte dessa lista.
O parlamentar, que é médico, foi eleito nesta quinta, dia 11, para a presidência da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), na qual são discutidos temas relacionados à saúde, previdência e assistência social. Dr. Luizinho, como é conhecido, foi secretário municipal de saúde em Nova Iguaçu (RJ), sua cidade natal, e secretário estadual no Rio de Janeiro.
Nomes que fogem ao espectro político, como os cardiologistas Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e Ludhmilla Abrahão Hajjar, professora da USP, também estariam sendo cotados. Hajjar é considerada uma figura mais próxima ao universo bolsonarista.
Segundo fontes próximas ao governo, a médica já tentou se encaixar no Ministério da Saúde nas ocasiões em que os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich deixaram suas funções. Queiroga, por outro lado, é visto como um médico respeitado, embora com pouco apoio do meio político.