Governadores articulam ‘pacto nacional’ com medidas restritivas e mais vacina para frear pandemia
Até a noite deste domingo, 22 dos 27 governadores já tinham aderido à ideia de uma ação conjunta em todo o país. Grupo deve se reunir com Fiocruz e ministro Pazuello nesta segunda. Wellington Dias diz que governadores assinaram pacto para medidas restritivas e compra de vacinas
Governadores de 21 estados e do Distrito Federal manifestaram posição favorável, neste domingo (7), à criação de um “pacto nacional” com medidas restritivas e preventivas que ajudem a atenuar o pico da pandemia de Covid-19 registrado nas últimas semanas.
O balanço é do governo do Piauí – o governador Wellington Dias (PT) comanda o fórum dos gestores estaduais. Segundo a assessoria de Dias, a consulta continua em aberto para a adesão dos cinco governadores restantes.
Até as 21h deste domingo, ainda não haviam aderido ao “pacto”:
o governador do Acre, Gladson Cameli (PP);
o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB);
o governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (PSL);
o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL);
o governador de Tocantins, Mauro Carlesse (DEM).
O país chegou ao total de 265.500 óbitos neste domingo com 1.054 mortes nas últimas 24 horas, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa. A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 1.497, a maior desde o começo da pandemia – e com tendência de alta.
Em entrevista à GloboNews (veja vídeo acima), Wellington Dias afirmou que a ideia é promover uma “experiência” de restrições nacionais até o próximo domingo (14), para que o país possa “barrar o coronavírus”.
“Não adianta o meu estado fazer e outro não fazer. Isso é o que chamei de ‘enxugar gelo’, ou seja, a transmissibilidade tem que ser cortada nacionalmente. É claro que o ideal é como fazem outros países, o poder central estar fazendo isso. Os Estados Unidos não faziam na época do Trump, mas estão fazendo agora com o Joe Biden”, citou Dias.
“O objetivo é chegar em abril vacinando 50 milhões, que é esse grupo de maior risco – mais de 60 anos, com comorbidades, indígenas, saúde, idosos em asilo etc –, porque ele responde por 70% das internações e 70% dos óbitos. Ora, se a gente vacina aqui, a gente reduz todo esse limite de colapso a que chegamos”, continuou.
No fim de fevereiro, o presidente do fórum já havia antecipado que os governadores pediriam ao governo Jair Bolsonaro que adotasse medidas restritivas em todo o país. Em entrevistas posteriores, Bolsonaro negou a possibilidade de definir lockdown ou ações que restrinjam a movimentação de pessoas.
Nesta segunda (8), governadores devem se reunir no Rio de Janeiro com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e representantes da Fiocruz para discutir as estratégias de enfrentamento ao vírus e a necessidade de maior agilidade na vacinação. O país aplicou doses em apenas 3,88% da população até o momento.
O grupo, diz Wellington Dias, também deve pedir a laboratórios e organizações internacionais que o Brasil receba prioridade no envio de vacinas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem apontando a gravidade da situação no país.
“É importante a gente acelerar aqui com a Anvisa. A gente não pode ter uma operação de guerra, e a Anvisa com exigências que são próprias de um [período de] normalidade. A Sputnik tem vacina, pode oferecer. Tem a União Química, que produz no Brasil. É o Brasil com seus laboratórios, com cientistas brasileiros – Fiocruz, Butantan e União Química – que vai produzir a maior quantidade, especialmente nessa fase de maior disputa mundial”, afirmou Wellington Dias.
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Adesão ao pacto
Confira abaixo a lista dos governadores que, segundo o governo do Piauí, aderiram à proposta de um pacto nacional com medidas restritivas para frear a pandemia:
governador do Alagoas, Renan Filho (MDB);
governador do Amapá, Waldez Góes (PDT);
governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC);
governador da Bahia, Rui Costa (PT);
governador do Ceará, Camilo Santana (PT);
governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB);
governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB);
governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM);
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB);
governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM);
governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo);
governador do Pará, Helder Barbalho (MDB);
governador da Paraíba, João Azevedo (PSB);
governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD);
governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB);
governador do Piauí, Wellington Dias (PT);
governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC);
governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT);
governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB);
governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL)
governador de São Paulo, João Doria (PSDB);
governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD).
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