Bullying nas escolas tem 142 registros só em 2022 e faz 13,4% dos alunos largarem estudos
Com 142 casos registrados em Mato Grosso do Sul só em 2022, episódios de bullying são frequentes e continuam a desafiar a organização das escolas, tanto na rede pública quanto na privada. Conforme pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a falta de segurança, inclusive, é uma das razões para a evasão escolar.
Em Mato Grosso do Sul, Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, revelou que 13,4% dos estudantes deixaram o ambiente escolar por não se sentir seguro, índice que fez com o que o Estado ficasse em segundo lugar no ranking, atrás apenas de Roraima.O mesmo levantamento apontou que 29,2% dos estudantes de Campo Grande sofreu provocações mais de uma vez no intervalo de 30 dias.
A realidade de violência se repetiu também no ambiente virtual. Ao todo,18,1% dos alunos da Capital ouvidos confirmaram as humilhações pelas redes sociais.
Segundo informações da Polícia Civil, são quase diárias as ocorrências envolvendo violência entre estudantes que chegam até a Depca (Delegacia Especializadas de Proteção à Criança e ao Adolescente).
“O bullying não é um crime específico e pode ser enquadrado em inúmeros delitos. Para que a conduta seja punida, tem de estar tipificada no código penal ou criminal. Com isso, os registros vão desde um caso de ameaça ou injúria, até um ato infracional mais grave, como lesão corporal”, explica a delegada Anne Karine Trevisan, titular da Depca.
Segundo ela, pela Lei, as escolas também têm o dever de auxiliar no combate às agressões. “Coibir esse tipo de atitude é exigido das escolas, no entanto, não podem ser responsabilizadas criminalmente, quem responde é o adolescente que praticou o ato infracional”, pontua.
Em 2019, a SED (Secretaria Estadual de Educação) desenvolveu um manual de ações de enfrentamento ao bullyng, com regras que são aplicadas nas escolas do Estado. “A escola é espaço para socialização e formação de singularidades. É nesse espaço que emergem claramente as diferenças individuais e culturais e, por isso, a importância de orientar as demandas do cotidiano escolar, relacionadas a saúde mental e resolução de conflitos, de forma didática e significativa”, diz o guia.
Na cartilha, profissionais de aprendem, entre outras coisas, a identificar o bullying. “Só podemos definir como bullying quando a ocorrência é entre pares, ou seja, entre iguais, como por exemplo, entre alunos, entre professores e observada a repetição das agressões e o desnível de poder entre vítima e agressor, podendo ser a força física, habilidade ou vantagem numérica, que seria vários agressores atacando uma vítima”, pontua.