Diferente de servidores, salário de Reinaldo e primeiro escalão teve aumento de 16,38%
Enquanto o funcionalismo público estadual amarga reajuste zero em 2021, contabilizando apenas reposição inflacionária de 6% ao longo da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), o aumento dos salários da cúpula do governo de MS foi bem mais generoso e alcançou reajuste de 16,38% no mesmo período.
O reajuste foi garantido no apagar das luzes de primeiro ano de gestão tucana, quando a Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) promulgou legislação que fixou o generoso aumento de 16,38% nos proventos de governador, vice-governador e secretários de Estado, com vigência a partir de 1º de janeiro de 2019.
No primeiro ano de gestão, o salário de vice-governador – cargo que era ocupado pela atual deputada federal Rose Modesto – era de R$ 24.376,89. Os titulares do primeiro escalão tinham salário de R$ 24.376,89. Os valores pagos a todos os dez cargos de secretários, na época, somavam R$ 231.580,46 mensais, contra os cerca de R$ 360 mil atualmente pagos a 13 integrantes.
Já no segundo ano de gestão, com o aumento de 16,38% concedido à cúpula do governo, o vice-governador Murilo Zauith e os secretários de Estado passaram a receber R$ 28.369,82. A variação salarial do governador pode ser interpretada como ainda maior, considerando manobra de Reinaldo para impactar seu primeiro mandato.
Isso porque, naquela ocasião, Reinaldo assinou decreto que determinava corte de 50% do próprio salário, além de medidas restritivas em contratações, gastos gerais e pagamentos de diárias durante o período de 100 dias. Desta forma, o salário de governador que seria, em janeiro de 2015, de R$ 30.471,12, passou a ser de R$ 15.235,56. Nesse contexto, o reajuste concedido a partir de 1º de janeiro de 2019 fez com que a variação dos valores recebidos por Reinaldo fosse de 132%, passando de R$ 15,2 mil para R$ 35.462,27.
Reajuste zero
O Governo de Mato Grosso do Sul bateu o martelo por não conceder aumento de salário aos servidores públicos em 2021, conforme anúncio feito a entidades sindicais na última segunda-feira (24). Este é o segundo ano que a administração de Reinaldo Azambuja (PSDB) não autoriza nem sequer a reposição inflacionária. Com isso, o ganho real do funcionalismo público em sete anos de gestão tucana foi zero.
Nem mesmo a discussão da incorporação do abono de R$ 200 entrou na pauta, que também ficará para 2022. A negociação com cada categoria começa a partir de junho. A justificativa de Reinaldo é uma recomendação conjunta do MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) e TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) para que se observe as contrapartidas do Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, estabelecidas pela Lei Complementar 173, de 27 de maio de 2020.
Vale lembrar que ao longo dos dois mandatos de Reinaldo, os 6, de aumento ocorreram em apenas duas ocasiões, sendo 2,94% em outubro de 2017; e de 3,04% em abril de 2018.