MDB de MS integra rebelião contra aliança com Lula e defende apoio ao candidato da 3ª via
Os integrantes do MDB de Mato Grosso do Sul fazem parte da rebelião na sigla contra a aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Caciques regionais defendem o apoio ao candidato a presidente da 3ª via, que pode ser o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM).
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, a senadora Simone Tebet (MDB), reforçou o coro contra a aliança com o petista, que vem sendo costurada pelos principais líderes nacionais do partido, como o senador Renan Calheiros e o ex-presidente da República, José Sarney.
“Basta ver a história do partido: um guarda-chuva para todas as tendências ideológicas e políticas que é capaz de unir os diferentes contra os extremos, a favor de uma alternativa democrática, seja com candidatura própria ou como aglutinador de uma terceira via”, defendeu a senadora.
O MDB de Mato Grosso do Sul sempre se alinhou aos emedebistas contrários ao PT e subiu no palanque dos presidenciáveis José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves nas últimas eleições. Lula e Dilma Rousseff (PT) acabaram eleitos sem o apoio dos caciques do MDB de MS, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que sempre se alinharam aos tucanos.
Simone e o ex-governador André Puccinelli são os pré-candidatos do MDB a governador do Estado no próximo ano. No final do mandato, a senadora pode ter dificuldades para ser reeleito, considerando-se em um cenário que os mais fortes serão a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM) e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Lula e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já começaram as articulações para o embate presidencial de 2022 e vem dividindo o eleitorado brasileiro. Eles estão com 30% em todas as pesquisas divulgadas até o momento.
O candidato da 3ª via, a esperança de Simone, ainda não atingiu dois dígitos nas sondagens eleitorais, como Mandetta e Doria, que lutam para atingir 5%. O mais competitivo do grupo, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou que não vai disputar a sucessão de Bolsonaro.
O outro cotado, o apresentador Luciano Huck (sem partido) é outro que ainda não deslanchou, mesmo usando um programa da TV Globo toda semana. O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), é outro que não conseguiu quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro.
Outro partido com dificuldade para apoiar Lula será o PSD. No entanto, o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, anunciou que a sigla terá candidato próprio, livrando-se da obrigação de subir no palanque do petista ou do presidente no primeiro turno. O PSD planeja lançar a candidatura a governador do prefeito Marquinhos Trad.
Na semana passada, em entrevista à CNN, Mandetta afirmou que está preparado para disputar a Presidência da República e não teme ser alvo de ataques durante a campanha eleitoral. O ex-ministro se transformou no principal alvo dos bolsonaristas, que passaram a vasculhar sua gestão no comando do Ministério da Saúde para bombardeá-lo nas redes sociais.