Com Renan na mira de governistas, CPI da Covid define plano de trabalho
Na iminência de o Brasil chegar aos 400 mil mortos pelo coronavirus, a CPI da Covid vai definir hoje as primeiras ações de trabalho em meio a embates sobre permanência do relator Renan Calheiros (MDB-AL). A comissão investigará a atuação do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia e o repasse de recursos aos estados. A previsão é que o plano de atuação apresentado por Renan, já levando em consideração sugestões de colegas, seja apreciado. Há a possibilidade de que os senadores votem nesta quinta também parte dos requerimentos protocolados, especialmente para a realização de depoimentos.
Até as 18h de ontem, a CPI já havia recebido mais de 250 requerimentos por parte dos senadores. Como muitos tratam de assuntos parecidos ou até mesmo iguais, a direção da CPI está fazendo uma filtragem para avaliar o que pode ser juntado. Ontem à noite, um grupo com 7 dos 11 integrantes da comissão se reuniu para traçar um roteiro — sem a presença dos senadores governistas. Grande parte dos pedidos é relativa à convocação de autoridades para prestarem depoimento.
Está nos planos da CPI ouvir: Ministros e ex-ministros do governo Bolsonaro Governadores Prefeitos Diretores de laboratórios e especialistas Também está previsto a demanda de informações a: Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Ministério da Saúde Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República Tribunais de contas, entre outros.
Uma CPI pode convocar pessoas para depor, ouvir testemunhas, solicitar a análise de documentos e determinar diligências, entre outras ações. Ao seu final, a comissão pode compartilhar suas conclusões — pela mudança da legislação sobre o assunto pertinente, por exemplo — inclusive com o Ministério Público, para a responsabilização civil e criminal dos eventuais infratores.