Ao menos 18 manifestantes são assassinados em Mianmar
Ao menos 18 manifestantes contra o golpe foram assassinados em Mianmar pela repressão neste domingo (14), quando os protestos se multiplicam em todo o país desafiando o governo militar.
A junta militar declarou a lei marcial em dois distritos de Yangon neste domingo.
A junta “concede ao comandante regional de Yangon o poder administrativo e judicial da lei marcial para praticar (nos distritos de Hlaing Tharyar e Shwepyitha) (…) e realizar a segurança, manter o Estado de Direito e a tranquilidade de forma mais eficaz”, disse um porta-voz em um veículo da imprensa estatal.
A crise não para em Mianmar desde que o Exército derrubou a líder civil Aung San Suu Kyi em 1º de fevereiro, provocando um levante em massa no qual diariamente centenas de milhares de pessoas protestam pedindo o retorno à democracia.
Os deputados destituídos pedem à população para “se defender” durante o “momento mais sombrio” da nação.
A junta justificou sua tomada do poder argumentando uma enorme fraude eleitoral nas eleições de novembro, vencidas por esmagadora maioria pelo partido Liga Nacional para a Democracia, de Suu Kyi.
Um grupo de parlamentares eleitos, dos quais a maioria está escondida, formaram um “parlamento” clandestino chamado Comitê para Representar Pyidaungsu Hluttaw (CRPH) — palavra birmanesa que denomina o bloco governante —, destinado a denunciar o regime militar.
Neste domingo (14), lançaram um comunicado afirmando que os manifestantes têm o “pleno direito de se defender das forças de segurança que agridem e causam violência, de acordo com o código penal do país”.
Nas últimas semanas, soldados e policiais reprimiram quase diariamente os manifestantes que pedem o retorno da democracia, lançando gás lacrimogêneo, balas de borracha e munição real contra eles, para sufocar os protestos.