Conselho de Medicina defende medidas restritivas contra colapso, mas diz que elas podem gerar ‘consequências graves’

CFM avalia que governos devem fazer a análise de indicadores epidemiológicos, capacidade da rede de atendimento e impactos sociais e econômicos antes de adotarem medidas restritivas. VÍDEO: Comparativo de máscaras, segundo estudo publicado na ‘Science’
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota nesta quinta-feira (4) na qual defende medidas restritivas contra o colapso dos sistemas de saúde diante da pandemia de Covid-19, mas diz que elas podem gerar “consequências graves”.
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Em seu comunicado, o CFM afirma que é fundamental o “uso de máscaras, a higienização frequente das mãos, o distanciamento social e a proteção de olhos e mucosas”. Além disso, cobra que governos providenciem a infraestrutura adequada para os atendimentos e considerem a adoção de medidas restritivas.
“Os governos devem considerar que a adoção de medidas restritivas de caráter local pode reduzir, momentaneamente, a pressão da demanda sobre o sistema de saúde, como tentativa de evitar o colapso” – CFM
Na sequência, a autarquia alerta que essas mesmas medidas “podem também gerar consequências graves e de efeito duradouro para a sociedade, como o fechamento de empresas, desemprego e surgimento de doenças mentais em adultos, jovens e crianças”.
Por fim, o CFM diz que “apoia incondicionalmente” a vacinação e agradece a atuação dos profissionais da saúde.
“A vacinação contra a Covid-19 de todos os brasileiros, no menor espaço de tempo, é o caminho mais seguro de se evitar que o contágio pelo coronavírus continue a causar adoecimento e mortes.” – CFM
Íntegra da nota
Veja abaixo a íntegra do posicionamento:
“NOTA À POPULAÇÃO
CFM se posiciona sobre medidas contra a covid-19
Diante do aumento do número de casos de contaminação e óbitos decorrentes da pandemia de covid-19, bem como da importância fundamental da proteção da saúde e da vida, o Conselho Federal de Medicina (CFM) ressalta que:
1) É fundamental que o brasileiro, no seu cotidiano, adote medidas como uso de máscaras, a higienização frequente das mãos, o distanciamento social e a proteção de olhos e mucosas, bem como os cuidados com os grupos vulneráveis, sendo estas reconhecidas, até o momento, como os meios eficazes de prevenir o aparecimento de novos casos de covid-19. Para o CFM, observar essas regras protege a sua vida, de sua família e daqueles que você ama;
2) Além de providenciarem a infraestrutura adequada para os atendimentos, a fim de garantir a ampla assistência, os governos devem considerar que a adoção de medidas restritivas de caráter local pode reduzir, momentaneamente, a pressão da demanda sobre o sistema de saúde, como tentativa de evitar o colapso. Por outro lado, podem também gerar consequências graves e de efeito duradouro para a sociedade, como o fechamento de empresas, desemprego e surgimento de doenças mentais em adultos, jovens e crianças;
3) A adoção de medidas restritivas de caráter local deve ser precedida de análise criteriosa de indicadores epidemiológicos, capacidade da rede de atendimento e impactos sociais e econômicos, devendo ser de curta duração e considerar as realidades específicas;
4) O CFM enfatiza que a vacinação contra a covid-19 de todos os brasileiros, no menor espaço de tempo, é o caminho mais seguro de se evitar que o contágio pelo coronavírus continue a causar adoecimento e mortes. As vacinas representam a esperança de superação da pandemia e o CFM apoia incondicionalmente que elas sejam disponibilizadas para toda a população.
5) Finalmente, o CFM reforça o reconhecimento e agradecimento a todos os médicos e profissionais da saúde, que mesmo diante do perigo e do enorme desgaste físico e emocional, permanecem firmes na linha de frente na defesa da vida.
Brasília, 4 de março de 2021.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

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